Todos poderiam ficar silenciosos, mas os barulhos dos teclados dos computadores nunca paravam quase uma sinfonia com um tic mais alto da barra de espaço. Papel pra lá, papel pra cá, alguém fala algo, alguns riem, eu olho o relógio no cantinho da tela, e a hora parece que congelou:
“Meu Deus! Não passou nem dez minutos.”
Estava quase impossível de trabalhar naquele dia. Afinal minha mãe estava na sala de cirurgia naquele momento, a poucas horas atrás eu havia deixado ela lá. Antes de sair do quando, nos oramos e lemos a bíblia, depois ela quis cantar uma música:
- Qual música a senhora quer cantar?
- Aquela assim... - Ela pensou um pouco e depois cantou. - ♪♩Eu quero sim... Sentir Jesus perto de mim... Seu doce amor tão puro e belo como a flor...♪♩
Ao subir para o centro cirúrgico, minha mãe já foi deitada na maca, e eu fui acompanhado segurando sua mão pelo elevador, pelos corredores, até aonde não pude mais passar.
- Confia em Deus mãezinha, fica na fé, vai dar tudo certo.
Eu dei um beijo naquele rosto tranquilo e fui trabalhar com aquela canção em mente. Naquele dia eu iria sair na hora do almoço, mas demorou mais para passar que um dia inteiro. Quando eu cheguei ao hospital havia muita gente da minha família lá, quase uma concentração rs. Mas a cirurgia ainda prosseguia.
- Ela ainda está lá?- Eu perguntei a minha irmã.
- Está, falaram que vai demorar.- Ela me abraçou e esfregou meus braços, como quem dissesse que tudo iria passar.
Conversa vai, conversa vem, fomos almoçar, voltamos, já estávamos no meio da tarde e nada.
“Eu não posso ficar aqui sentada esperando, vai que tem alguém sofrendo que eu posso ajudar.”
- Vou dar uma volta. - Eu avisei a todos.
Caminhei só um pouco e logo encontrei alguém. Uma senhora que havia ficado no quarto ao lado onde minha mãe estava, estava usando cadeira de rodas, parecia muito mal. Eu perguntei ao marido dela em qual quarto ela estava, se eu poderia subir como visita para fazer uma oração, ele concordou e eu fui lá.
Depois disso parece que a hora voou, quando eu vi já eram oito horas da noite, fazia quatorze horas que ela estava na mesa de cirurgia, e então avistamos o médico passando:
- Doutor! Doutor!- Minha irmã o chamou, ele estava visivelmente cansado, mas nos explicou que tudo havia saído bem. Nos respiramos aliviadas e então eu perguntei do olho dela.
- E o olho doutor?- Minha irmã perguntou. O médico respondeu calmamente balançando a cabeça.
- O olho não deu pra salvar.
Eu fiquei um pouco paralisada, com um nó na garganta, mordi os lábios mas podia senti as lágrimas vindo, e o meu rosto fervendo. Não dava pra acreditar, ela havia perdido um olho.
- Com licença.- Eu falei.
“Um banheiro, um banheiro, eu preciso achar um banheiro.”
Eu tranquei a porta, dobrei os joelhos, mas não tinha palavras pra falar com Deus, eu só conseguia chorar e chorar, tanto que a minha cabeça doía. E então me veio um pensamento direto do inferno.
“Abandona a Deus agora! Olha o que te aconteceu!”
- Não!!!- Eu falei com toda revolta que surgiu dentro de mim, eu apontei meu dedo para porta como se apontasse no rosto de alguém.
- Escuta aqui diabo, podia ser o meu. Eu jamais vou abandonar o meu Deus! Eu jurei que do altar é só para o céu.
Naquele momento eu tive paz, uma paz imensa invadiu o meu ser e eu saí daquele banheiro como se nada tivesse acontecido, e me veio uma passagem em mente:
“...melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.” Mateus 18:9
Na próxima terça eu continuo. Até lá,
“Meu Deus! Não passou nem dez minutos.”
Estava quase impossível de trabalhar naquele dia. Afinal minha mãe estava na sala de cirurgia naquele momento, a poucas horas atrás eu havia deixado ela lá. Antes de sair do quando, nos oramos e lemos a bíblia, depois ela quis cantar uma música:
- Qual música a senhora quer cantar?
- Aquela assim... - Ela pensou um pouco e depois cantou. - ♪♩Eu quero sim... Sentir Jesus perto de mim... Seu doce amor tão puro e belo como a flor...♪♩
Ao subir para o centro cirúrgico, minha mãe já foi deitada na maca, e eu fui acompanhado segurando sua mão pelo elevador, pelos corredores, até aonde não pude mais passar.
- Confia em Deus mãezinha, fica na fé, vai dar tudo certo.
Eu dei um beijo naquele rosto tranquilo e fui trabalhar com aquela canção em mente. Naquele dia eu iria sair na hora do almoço, mas demorou mais para passar que um dia inteiro. Quando eu cheguei ao hospital havia muita gente da minha família lá, quase uma concentração rs. Mas a cirurgia ainda prosseguia.
- Ela ainda está lá?- Eu perguntei a minha irmã.
- Está, falaram que vai demorar.- Ela me abraçou e esfregou meus braços, como quem dissesse que tudo iria passar.
Conversa vai, conversa vem, fomos almoçar, voltamos, já estávamos no meio da tarde e nada.
“Eu não posso ficar aqui sentada esperando, vai que tem alguém sofrendo que eu posso ajudar.”
- Vou dar uma volta. - Eu avisei a todos.
Caminhei só um pouco e logo encontrei alguém. Uma senhora que havia ficado no quarto ao lado onde minha mãe estava, estava usando cadeira de rodas, parecia muito mal. Eu perguntei ao marido dela em qual quarto ela estava, se eu poderia subir como visita para fazer uma oração, ele concordou e eu fui lá.
Depois disso parece que a hora voou, quando eu vi já eram oito horas da noite, fazia quatorze horas que ela estava na mesa de cirurgia, e então avistamos o médico passando:
- Doutor! Doutor!- Minha irmã o chamou, ele estava visivelmente cansado, mas nos explicou que tudo havia saído bem. Nos respiramos aliviadas e então eu perguntei do olho dela.
- E o olho doutor?- Minha irmã perguntou. O médico respondeu calmamente balançando a cabeça.
- O olho não deu pra salvar.
Eu fiquei um pouco paralisada, com um nó na garganta, mordi os lábios mas podia senti as lágrimas vindo, e o meu rosto fervendo. Não dava pra acreditar, ela havia perdido um olho.
- Com licença.- Eu falei.
“Um banheiro, um banheiro, eu preciso achar um banheiro.”
Eu tranquei a porta, dobrei os joelhos, mas não tinha palavras pra falar com Deus, eu só conseguia chorar e chorar, tanto que a minha cabeça doía. E então me veio um pensamento direto do inferno.
“Abandona a Deus agora! Olha o que te aconteceu!”
- Não!!!- Eu falei com toda revolta que surgiu dentro de mim, eu apontei meu dedo para porta como se apontasse no rosto de alguém.
- Escuta aqui diabo, podia ser o meu. Eu jamais vou abandonar o meu Deus! Eu jurei que do altar é só para o céu.
Naquele momento eu tive paz, uma paz imensa invadiu o meu ser e eu saí daquele banheiro como se nada tivesse acontecido, e me veio uma passagem em mente:
“...melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.” Mateus 18:9
Na próxima terça eu continuo. Até lá,
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