-Eeeee... Tudo haver, assim mesmo.- Eu bati palmas bem baixinho e respondi com empolgação o comentário da De sobre a nossa amiga Nise, que também deu o palpite dela:
- E a Ari vai ser a Dna. Beltrana!
Enquanto elas faziam a mesma comemoração que eu fiz, eu cruzei os braços e respondi com voz de manha:
- Ai... Mas eu não quero ser loira...
- Vai ser loira sim!- A Nise respondeu brincando.
- Não Ari... É só o mesmo espírito!- A De me consolou.
- Ah... Então tá bom. - eu respondi rindo.
Essa sou eu, e as minhas amigas dentro de um micro ônibus, voltando de uma reunião com os outros obreiros. Nossas brincadeiras preferidas era a de ficar sonhando com altar, brincávamos de: Como você vai ser e para onde você vai. Quanto mais difícil o lugar em que dizíamos que uma amiga iria (como África ou interior do sertão), mais feliz ela ficava pois ali era o lugar em que a obra precisava mais, rodávamos o mundo inteiro sem sair da Catedral rsrs... Depois dávamos muitas risadas e falávamos que jamais poderíamos contar essas baboseiras para alguém (ops... acabei de contar rs).
Na verdade não eram baboseiras, estávamos apenas sonhando com aquilo que tanto desejávamos que era estar no altar. Viver para a obra de Deus, dormir e acordar fazendo aquilo que amávamos, abençoar o ministério de um homem de Deus, ir aonde o Senhor mandar, formar discípulos, ajudar e salvar.
Eu ainda cria que Deus havia me chamado, mas algum tempo já havia passado, tantas coisas haviam acontecido e eu me sentia há milhares e milhares de quilômetros de distância daquilo que eu desejava.
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Naquele ano, finalmente eu havia decidido ser tia da Ebi, já que eu sempre ajudava, mas só há pouco tempo havia me tornado uma educadora cadastrada, era tudo muito diferente, eu estava amando, olhava a minha aulinha como se fosse uma reunião na igreja, mas com crianças. Lembro-me quando a responsável me pediu para ir uniformizada a um evento em uma segunda-feira à noite, pois eu estava de férias da faculdade. Eu poderia ter dito:
- Poxa obreira... Você não sabe como a minha vida é corrida? Minha mãe está doente.
Porém eu decidi ir com alegria, sabia que minha mãe ficaria bem, e estava feliz por ser contada ali. Não sabia bem do que se tratava, mas quando chegou lá logo descobrimos que estávamos na câmera dos deputados e que seria feita uma homenagem pelos 30 anos da IURD. Nós estávamos ali uniformizadas representando a EBI, que honra!
Muitos deputados e representantes da igreja fizeram discursos, e depois passou um vídeo do Bp. Macedo e da Dna. Ester, e o que ela falou foi uma revelação para minha vida. Ela disse que a Igreja Universal, não havia começado na funerária, mas começou muito antes com o nascimento da sua filha mais nova (a Dna. Vivi), pois ali eles sentiram na carne o que as pessoas passavam, e aquela dor trouxe uma revolta em prol das almas sofridas. Ao ouvir aquilo eu mal pude segurar as lágrimas, era exatamente o que eu estava vivendo, toda aquela dor que eu estava sentido ao ver minha mãe doente, a luta pela cura dela, e a convivência com as pessoas sofrendo, às vezes por um fio entre a vida e a morte, tinha trago pra mim uma outra visão das almas, e mais força pra fazer a vontade de Deus.
Daquele dia em diante eu não via mais o altar como algo distante, por que ele já estava dentro de mim, mesmo se eu não me casasse com pastor e viesse a viver na obra, mas a minha vida já estava no altar. Ainda que eu trabalhasse e estudasse, mas o meu pensamento estava ainda mais firme no proposito para o qual Deus havia me escolhido: Ganhar almas.
Os 1: Você não precisa passar o que eu passei para que Deus conte contigo, mas você pode usar das suas experiências, ainda que sejam difíceis, como um aprendizado para que você se torne mais forte e seja mais e mais usada por Ele.
Os 2: Perdoe-me pela qualidade da foto, eu tenho carregado ela a muito tempo comigo.
Até a próxima,