Eu olhava fixamente para o espelho com uma cara bem séria e engrossei a voz como podia:
- Boom diaa.
- Não Ari, tá artificial, faz normal...- A My me falou,
Então bem meiga, com os ombros encolhidos e a cabeça inclinada para o lado, eu tentei de novo:
- Bom dia!
- Não. Não. Desse jeito ninguém vai te levar a sério... Tem que falar revoltada.
- Own... Eu vou aprender My.
Eu fiquei repetindo bom dia, bom dia, bom dia milhares de vezes, enquanto ensaiava o meu andar revoltado. Você pode imaginar como é um andar revoltado? rs
- Ha...ha...ha...- A De caiu na risada enquanto se encostava na parede branca do quartinho das obreiras, ela achava que sabia fazer um bom dia melhor.
A verdade era que todas as vezes que estávamos juntas por um motivo ou por outro caiamos na gargalhada, aquela engraçadinha tinha sempre uma piada na ponta da língua, então perdíamos a noção de onde estávamos e não parávamos de falar e rir ao mesmo tempo o que nos levava a ser chamada daquela palavra...
Sinceramente eu não sei quem foi que me disse isso, ou se eu mesmo me denominei, mas em algum momento eu ouvi aquela palavra que me atingiu em cheio: I-MA-TU-RI-DA-DE. Então ela começou a me persegui.
Eu era uma menina esforçada, sempre dava o meu melhor como obreira, era responsável nos meus compromissos, estudava, ajudava em casa, porém bastava eu ri quando não deveria, tropeçar em alguma coisa, derrubar algo, ser vista brincando ou receber algum olhar de desaprovação de alguém, que logo me vinha a mente uma enxurrada de pensamentos tipo assim:
- Imatura! Imatura! Imatura! Você nunca vai crescer menina? A obra de Deus não é para crianças!
Também me sentia muito mal quando era chamada de obreirinha, menininha, irmãnzinha e etc, ainda que fosse carinhosamente... Ou quando eu me arrumava e alguém me perguntava:
- Uhmmm... Toda arrumadinha, está tentando parecer mais velha?
Isso por que mais arrumada para mim, era quando usava roupas que não eram para minha idade. Roupas bem social, com muito preto e cinza, bem distante de uma jovenzinha de 15 anos. Por que eu me inspirava em mulheres mais velhas, eu ficava me comparando com elas, me martirizando, e tentando ser alguém que não era eu, como tentar representar um papel todo o tempo. O papel de uma mulher séria, centrada, com uma imagem espiritual, que não ri a toa, mas que se porta com firmeza diante de todos… Ufa! Era muito cansativo, como ficar lutando contra a própria personalidade constantemente.
“O que eu posso fazer para ser mais madura?”
Eu me perguntava isso o tempo todo, eu não fazia a minima ideia do que fazer ou por onde começar. Um dia estávamos eu e a Cris de uniforme aguardando na sala de campanha, quando eu perguntei para ela bem baixinho:
- Você já sabe o que fazer para amadurecer?
Ela balançou a cabeça num sinal de negativo com uma carinha bem engraçadinha e me respondeu quase sussurrando:
- Não sei... Acho que eu só vou amadurecer depois que eu casar.
Será? O que vocês acham?
Semana que vem tem mais...
- Boom diaa.
- Não Ari, tá artificial, faz normal...- A My me falou,
Então bem meiga, com os ombros encolhidos e a cabeça inclinada para o lado, eu tentei de novo:
- Bom dia!
- Não. Não. Desse jeito ninguém vai te levar a sério... Tem que falar revoltada.
- Own... Eu vou aprender My.
Eu fiquei repetindo bom dia, bom dia, bom dia milhares de vezes, enquanto ensaiava o meu andar revoltado. Você pode imaginar como é um andar revoltado? rs
- Ha...ha...ha...- A De caiu na risada enquanto se encostava na parede branca do quartinho das obreiras, ela achava que sabia fazer um bom dia melhor.
A verdade era que todas as vezes que estávamos juntas por um motivo ou por outro caiamos na gargalhada, aquela engraçadinha tinha sempre uma piada na ponta da língua, então perdíamos a noção de onde estávamos e não parávamos de falar e rir ao mesmo tempo o que nos levava a ser chamada daquela palavra...
Sinceramente eu não sei quem foi que me disse isso, ou se eu mesmo me denominei, mas em algum momento eu ouvi aquela palavra que me atingiu em cheio: I-MA-TU-RI-DA-DE. Então ela começou a me persegui.
Eu era uma menina esforçada, sempre dava o meu melhor como obreira, era responsável nos meus compromissos, estudava, ajudava em casa, porém bastava eu ri quando não deveria, tropeçar em alguma coisa, derrubar algo, ser vista brincando ou receber algum olhar de desaprovação de alguém, que logo me vinha a mente uma enxurrada de pensamentos tipo assim:
- Imatura! Imatura! Imatura! Você nunca vai crescer menina? A obra de Deus não é para crianças!
Também me sentia muito mal quando era chamada de obreirinha, menininha, irmãnzinha e etc, ainda que fosse carinhosamente... Ou quando eu me arrumava e alguém me perguntava:
- Uhmmm... Toda arrumadinha, está tentando parecer mais velha?
Isso por que mais arrumada para mim, era quando usava roupas que não eram para minha idade. Roupas bem social, com muito preto e cinza, bem distante de uma jovenzinha de 15 anos. Por que eu me inspirava em mulheres mais velhas, eu ficava me comparando com elas, me martirizando, e tentando ser alguém que não era eu, como tentar representar um papel todo o tempo. O papel de uma mulher séria, centrada, com uma imagem espiritual, que não ri a toa, mas que se porta com firmeza diante de todos… Ufa! Era muito cansativo, como ficar lutando contra a própria personalidade constantemente.
“O que eu posso fazer para ser mais madura?”
Eu me perguntava isso o tempo todo, eu não fazia a minima ideia do que fazer ou por onde começar. Um dia estávamos eu e a Cris de uniforme aguardando na sala de campanha, quando eu perguntei para ela bem baixinho:
- Você já sabe o que fazer para amadurecer?
Ela balançou a cabeça num sinal de negativo com uma carinha bem engraçadinha e me respondeu quase sussurrando:
- Não sei... Acho que eu só vou amadurecer depois que eu casar.
Será? O que vocês acham?
Semana que vem tem mais...